Mário Jorge Lobo Zagallo, o “Velho Lobo”, nasceu em 9 de agosto de 1931, em Maceió, Alagoas. Desde cedo, demonstrava paixão pelo futebol. Começou sua carreira profissional no América-RJ em 1948, aos 17 anos. Jogando como ponta-esquerda, destacou-se por sua habilidade, velocidade, dribles desconcertantes e faro de gol.
Carreira como Jogador
Após o América-RJ, Zagallo defendeu grandes clubes brasileiros, como Flamengo e Botafogo, onde conquistou títulos importantes. No Flamengo, foi campeão carioca em 1954 e 1955, além de ter vencido o Torneio Rio-São Paulo em 1955. Já no Botafogo, conquistou o bicampeonato carioca em 1961 e 1962, e novamente o Torneio Rio-São Paulo em 1962.
Seleção Brasileira
Zagallo foi peça fundamental na Seleção Brasileira. Estreou em 1958 e disputou duas Copas do Mundo como jogador: em 1958 na Suécia e em 1962 no Chile, sendo titular em ambas. Na final de 1958, contra a Suécia, marcou um dos gols da vitória por 5 a 2. Na Copa de 1962, marcou um gol na partida contra a Espanha.
Carreira como Treinador
Após se aposentar como jogador em 1965, Zagallo se tornou um treinador de sucesso. Comandou a Seleção Brasileira em três Copas do Mundo: 1970 no México, 1974 na Alemanha e 1998 na França. Em 1970, liderou o time à conquista do tricampeonato mundial, com um futebol considerado até hoje como um dos mais belos da história. Zagallo também comandou a Seleção Brasileira em outras competições, como a Copa América, vencendo em 1975 e 1997.
Títulos como Treinador
- Copa do Mundo (1970)
- Copa América (1975 e 1997)
- Copa das Confederações (1997)
- Campeonato Brasileiro (1976)
- Libertadores da América (1981)
- Campeonato Carioca (1973)
- Torneio Rio-São Paulo (1962 e 1964)
Zagallo também foi coordenador técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1994, quando o Brasil conquistou o tetracampeonato. É o único tetracampeão mundial, tendo conquistado o título como jogador (2 vezes) e como treinador (1 vez).
O estilo Zagallo de ser
Zagallo era conhecido por sua personalidade forte e marcante. Era um líder nato, capaz de motivar seus jogadores e extrair o melhor deles. Como treinador, era pragmático e adepto de diferentes sistemas táticos, sempre buscando o que melhor se encaixava no elenco que tinha à disposição.
Morte
Zagallo faleceu em 6 de janeiro de 2024, aos 92 anos, em decorrência de complicações de saúde. Sua morte foi um luto para o futebol brasileiro e mundial.
Legado
Mário Jorge Lobo Zagallo foi um ícone do futebol brasileiro. Sua genialidade como jogador e treinador o coloca entre os personagens mais importantes do esporte. Sua paixão pelo futebol, sua inteligência, sua capacidade de liderança e seu estilo inovador de jogo o tornaram uma figura lendária. Seu legado continuará inspirando gerações de jogadores e treinadores.
Curiosidades
- Zagallo foi o primeiro jogador a ser expulso em uma Copa do Mundo, em 1962, na partida contra a Tchecoslováquia.
- Ele é o único técnico a ter vencido a Copa do Mundo com dois sistemas táticos diferentes: o 4-2-4 em 1970 e o 3-5-2 em 1998.
- Zagallo é autor de vários livros sobre futebol, incluindo “Zagallo: Memórias do Velho Lobo”.
Frases Marcantes de Zagallo
1. “Vocês vão ter que me engolir“:
Em meio a críticas como técnico da seleção antes da Copa de 98, Zagallo proferiu essa frase após a conquista da Copa América em 1997, demonstrando sua resiliência e confiança em seu trabalho.
2. “A Holanda é muito tico-tico no fubá, que nem o América dos anos 50”:
Durante a Copa de 74, Zagallo fez um comentário que subestimava o estilo de jogo da Holanda, sensação do torneio. Mais tarde, ele se arrependeu da comparação.
3. “Sou a favor do sexo antes, depois e até durante o jogo”:
Na Copa de 98, Zagallo se posicionou contra a proibição da presença de mulheres dos jogadores na concentração, defendendo a importância do bem-estar emocional dos atletas.
4. “As pessoas me chamam de idiota, retranqueiro e estúpido, mas fico só ouvindo e ganhando títulos”:
Em 1994, antes da conquista do tetra, Zagallo rebateu críticas com ironia, destacando sua capacidade de conquistar títulos mesmo diante de questionamentos.
5. “Não gostaria que os torcedores me chamassem de cavalo. De burro não ligo, porque o burro é inteligente”:
Em 2001, sob pressão por resultados ruins no Flamengo, Zagallo usou o bom humor para responder aos xingamentos da torcida, reconhecendo a inteligência dos burros.
6. “Eles não acham o Saddam Hussein nem o Bin Laden. Acharam o Zagallo”:
Em 2003, Zagallo teve problemas ao passar por um aeroporto por causa de um visto da Arábia Saudita em seu passaporte, fazendo uma comparação irônica com a dificuldade em encontrar os terroristas mais procurados da época.
